quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

POESIA - "HISTÓRIA EM GRAFITE" (Solon de Souza Belo)

Ontem foi passado, cantado, esculpido, comido
Ontem ficou cravado na caverna pedra do tempo história
Marcas profundas registradas nas mídias guardadas para sempre
Simplesmente incorrigíveis ou inconcebíveis,
Mas ficarão assim congeladas e imutáveis.

Hoje é presente. cantando! esculpindo! comendo!
Hoje escrevo como quero, onde quero, como posso
Uso a borracha, e apago e escrevo de novo
O roteiro é meu, não sei se arrasto ou se sou levado por ele
Brinco, mudo o final, não concluo. Mando. Sou emissor de reflexos.

Amanhã será futuro, cantarei? esculpirei? comerei?
Amanhã o fato informe apenas se resolve na leveza da cor
Que ferramenta será capaz de discerni-lo, que broxa de pintá-lo?
Destino cavalo indomável que corre na frente em galopes ligeiros
Qual seu instinto? De onde vens, para onde vais? Qual o seu cheiro?